Quem entrar, por esta altura, na conta da rede social X da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) dará de caras com, entre outras, uma notícia com "pronúncia do Norte": "Acabam de ser inscritos na Lista do Património Mundial o Centro Histórico de Guimarães e a Zona de Couros [extensão do sítio]. Parabéns, Portugal".
EM QUE CONSISTE A Zona de Couros?
Na verdade, o Centro Histórico de Guimarães já integrava a Lista de Sítios Património Mundial da UNESCO desde 13 de Dezembro de 2001, mas faltava alargar o reconhecimento à Zona de Couros. Desde 2016, o ano em que esta extensão foi proposta a inscrição na Lista Indicativa da UNESCO, o município "aprofundou estudos e argumentos para sustentar a proposta que determinou o alargamento à Zona de Couros, respeitando os critérios que determinaram a classificação do Centro Histórico como Património Mundial", segundo relata no seu portal oficial. Hoje, colhem os louros deste esforço os munícipes e... a restante Humanidade.
O primeiro reconhecimento, a nível nacional, desta área da cidade-berço ocorre em Julho de 1977, quando a Zona de Couros foi classificada como Imóvel de Interesse Público, segundo a autarquia "a primeira iniciativa legislativa do género realizada em Portugal em torno da arqueologia industrial".
Um vestígio da arte do curtume na zona de Couros, em Guimarães.
Recordamos que a Zona de Couros foi, no século XIX e na primeira metade do século XX, um importante e dinâmico núcleo da indústria de transformação de peles em couros, com uma produção assente em técnicas tradicionais e no labor manual. Dessa época remanescem secadouros e tanques de tinturaria a céu aberto, mas também edifícios. A reabilitação de antigas fábricas na área da indústria dos curtumes deu lugar, por exemplo, a uma Pousada da Juventude, ao Instituto do Design ou ao Centro de Ciência Viva de Guimarães.
Portugal tem, neste momento, 17 sítios inscritos na Lista de Sítios Património Mundial da UNESCO.