Entre os séculos V e III a.C., época conhecida como o período dos Reinos Combatentes, pelo menos sete estados lutaram pela supremacia na China. O vencedor foi o reino Qin, em 221 a.C., governado por Zheng, que atribuiu a si próprio o título de Qin Shihuang di, “primeiro imperador Qin”.
Exército de Terracota
O imperador dedicou-se com ferocidade à conversão dos seus territórios numa só unidade que obedecesse aos seus desejos. Dividiu os domínios em 36 províncias e transferiu milhares de famílias influentes das suas províncias de origem para a capital, Chang’an (Xian), de forma a mantê-las sobre vigilância.
Confiscou e derreteu armas, colocou uma nova moeda em circulação, padronizou pesos e medidas e unificou a escrita para que todas as palavras com igual significado nas múltiplas línguas do país fossem representadas com os mesmos caracteres. Os exércitos de Qin tinham centenas de milhares de soldados e combateram os xiongnu no Norte e outras tribos no Sul.
Centenas de milhares de pessoas trabalharam na construção de palácios, canais e estradas. Construíram também muralhas com mais de dez mil li (mais de 5.000 quilómetros) de extensão e que, mais tarde, se converteram na Grande Muralha da China.
No entanto, o projecto mais megalómano de Quin Shihuang Di foi o seu vasto túmulo, obra produzida por setecentos mil trabalhadores forçados. No complexo funerário, encontram-se milhares de soldados de terracota, armas, cavalos e músicos, todos em tamanho real.
Em 1974, trabalhadores que escavavam um poço nas imediações da cidade de Xian, na província de Shaanxi, encontraram uma figura com mais de dois mil anos de idade: um soldado de terracota em tamanho real. As autoridades não tardaram a encontrar mais figuras enterradas: milhares de soldados, bem como cavalos, carros e até armamento de metal. Dispostos em formação militar e aparentemente prontos para a batalha, os soldados apresentavam restos da brilhante pintura que em tempos os teria decorado. Embora tivessem sido criados a partir de um modelo padronizado, é evidente que o acabamento foi executado à mão, de tal forma que não existem duas figuras iguais. Este exército da Antiguidade foi criado para se manter vigilante durante a vida do imperador no Além.
O auge dos burocratas
Quando o imperador morreu, em 210 a.C., os seus herdeiros rapidamente guerrearam entre si. No entanto, o vencedor da disputa, em 202 a.C., seria um camponês convertido em general: Liu Bang, conhecido como Han Gaozu, fundador de uma dinastia que duraria mais de 400 anos. Os Han governaram segundo os princípios de Confúcio, que ganharam importância três séculos após a morte do seu autor. Confúcio afirmava que cada pessoa tinha um papel na sociedade: “Deixai que o soberano seja soberano e o súbdito súbdito.”
A crença de um sistema social baseado na meritocracia inspirou inúmeros jovens a trabalhar diligentemente para subir nas fileiras da burocracia. A partir de 165 a.C., os funcionários passaram a organizar um exame para seleccionar os membros a admitir.
Espírito marcial e inventivo
Em 124 a.C., o imperador Wudi supervisionou a criação da primeira universidade. Era o sexto soberano Han. Ascendeu ao trono em 141 a.C. e governou durante mais de cinquenta anos um império que se expandiu através de campanhas militares. As tropas Han repeliram os xiongnu e conquistaram territórios no Sul da China, no Vietname e na Coreia. Os primeiros documentos de papel que se conhecem datam do reinado de Wudi, época em que também foi inventado o timão que veio facilitar a navegação.
Após a morte de Wudi, em 87 a.C., sucederam-se governantes débeis até o imperador Guangwu restabelecer o poder Han em 25 a.C. A estabilidade manteve-se durante um século, no final do qual o país conheceu uma infindável lista de revoltas.
Em 220 d.C, o último imperador Han abdicou e o país dividiu-se em três reinos.