Há cerca de 47 milhões de anos, uma pequena ave introduziu o bico numa flor para beber o néctar, engoliu aglomerados de pólen e morreu pouco depois. Os seus restos fossilizados preservaram essa última refeição no estômago, naquele que é o mais antigo vestígio de uma ave que terá transportado pólen de planta em planta.

“É a única ave fóssil que sabemos com certeza que foi polinizadora”, diz Gerald Mayr, do Instituto de Pesquisa Enberg Senck, em Frankfurt, que estudou o fóssil após a sua descoberta em 2012. “Os conteúdos estomacais não são comuns no registo fóssil. Quando aparecem, são normalmente sementes e restos de peixe.” Só existem provas indirectas da segunda ave polinizadora mais antiga: fósseis de beija-flores com 30 milhões de anos.

Com menos de oito centímetros de comprimento, este fóssil alado tem grãos de pólen alojados no estômago. A ave pertencia a uma espécie já extinta, a Pumiliornis tessellatus.