Uma escavação no castelo de Moura, coordenada pelo arqueólogo José Gonçalo Valente, alterou o que se conhecia. Este fragmento de cerâmica pintada, localizado no sítio onde se instalará o posto de recepção ao turista no castelo, parece provir de um período mais tardio, prolongando para a primeira metade do século IV a.C. o limite tradicionalmente fixado para esta escrita.
Apesar de se conhecerem praticamente todos os signos da escrita do Sudoeste, o seu significado continua por descodificar. Nesta peça, estão confirmados cinco signos, de acordo com Amílcar Guerra, perito em epigrafia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Embora falte
a tradicional redundância (a vogal repetida a seguir ao símbolo silábico),
há outros exemplos conhecidos que também desrespeitam a regra.
Para o arqueólogo, existe a esperança de se descobrirem muitos mais indícios tardios de uso das antigas escritas hispânicas no Ocidente peninsular, preenchendo melhor o arco temporal da sua utilização até
à presença romana, altura em que o latim se impôs.