1. O primeiro gesto ritual. Era feito pelo pater familias e consistia em pegar no filho que estava no solo, onde a parteira o teria colocado depois de ter cortado o cordão umbilical. O pai erguia-o no ar, como se o estivesse a apresentar a Apolo. Com este gesto, expressava o reconhecimento da criança, comprometia-se a criá-la e estabelecia o seu patria potestas sobre este. Tinha direito a rejeitá-la, a matá-la ou a vendê-la como escravo.
2. Lactante. Desde que nascia, o lactante tinha o corpo envolto em faixas de tecido bem ajustadas a si, que lhe prendiam os braços contra o corpo, as pernas ficavam enfaixadas, para que se mantivessem rígidas, e as mãos forçadas a manterem-se abertas. Aos dois meses libertava-se só o braço direito, para que fosse destro. Tomava banho todos os dias com água fria e a sua ama de leite massajava-lhe diversas partes do corpo para o “modelar” bem.
3. Formação para o trabalho. Durante a formação infantil, o pai também tentava desenvolver as virtudes rurais do menino, a rotina de trabalho duro e condução da sua própria carroça puxada por uma cabra. A cavalaria, além de arma aristocrática patrícia, era um culto obrigatório para os penates da nobreza equestre romana, à qual servia durante a última fase da sua formação cívica e militar.
4. Educação para os jovens. No início da República, a educação tradicional formava bons administradores do património, das terras e do gado da família. Como consequência, os jovens estudavam tudo o que dizia respeito à agricultura e à criação de gado. Estudavam também medicina para prolongar a vida útil dos servos, e direito. Aprendiam estas matérias com o iniciador e com o tutor político atribuídos pelo pater.
Além de aprender a ler, a escrever e a aritmética elementar, a criança era iniciada na vida política, acompanhando o pai à Cúria e noutras actividades públicas. A educação terminava aos 16 anos, quando o adolescente, numa cerimónia religiosa, mudava a toga praetexta (com um debrum púrpura) para a viril. Depois, era confiado a um amigo de família para que fizesse um ano de aprendizagem. Ficava por fim sob a tutela de uma personagem política para que cumprisse dois anos de serviço militar.
Da educação das meninas, ocupavam-se as mães.
A partir do século III a.C., os pais prósperos confiaram a instrução dos filhos a um pedagogo. No último quartel desse século, foram criadas as primeiras escolas às quais iam os meninos pobres dos 7 aos 15 anos e as meninas dos 7 aos 13. Aprendiam a ler e aritmética elementar. No século II a.C., criou-se um ensino secundário em idioma grego e latino que se realizava em dois ciclos: entre os 12 e os 16 anos, os alunos estudavam gramática; a seguir, entre os 16 e os 18, iniciavam-se na retórica.
Durante a República, o ensino superior era conduzido somente nas cidades gregas.
A formação dos Patrícios. Em cima, relevo do século I dedicado à figura de um professor que segura uma vara na mão (Museu Arqueológico, Arlon). Sob estas linhas, diversas cenas da vida de um menino na decoração lateral de um sarcófago (Museu do Louvre, Paris).