Participe também.

Autor: Norberto Esteves, Engenheiro de Telecomunicações, residente em Faro

Onde: Ludo, Loulé

Aos domingos, quer chova quer o Sol brilhe intensamente, o fotógrafo dirige-se para a zona da ria Formosa para um percurso que o leva a caminhar entre Ludo, Salinas e Quinta do Lago. “Nunca me canso, há sempre novidades”, conta. “Distraio-me facilmente e estes passeios costumam ser demorados.” Certo dia, ao crepúsculo, já com escassos trinta minutos de luminosidade solar, reparou numa garça-branca-pequena em voo rasante sobre a água. “‘Disparei’ os últimos ‘tiros’ sem grande convicção, convencido de que estava demasiado distante da ave e de que a luz já não era adequada.” À noite, em casa, ao processar as imagens recolhidas, Norberto Esteves reparou num pormenor inesperado: a garça “fez uma gracinha e desenhou uma linha recta na água com a unha da pata”. 

do leitor

Autor: Nuno Machado Vieira, vulcanizador, residente em Requião (Vila Nova de Famalicão) 

Onde: Linha férrea entre Barca de Alva e Fregeneda, em Espanha

Houve um tempo na história portuguesa em que o progresso se mediu em quilómetros de linha férrea construída. Em 1887, foi concluído o troço que ligava Barca de Alva a Fregeneda, em Espanha – um triunfo da técnica e do engenho humanos para ligar diferentes territórios. Hoje, boa parte da Linha do Douro encontra-se desactivada e, no seu lugar, tem sido dinamizada a Rota dos Túneis, um percurso interpretativo do legado do comboio. À saída de um túnel na linha, o autor encontrou este cenário: uma ponte em curva, logo seguida de novo túnel. “Recuei alguns passos para dar realce à saída do primeiro túnel e fotografei.” Os tons do céu compuseram o cenário. Em cerca de 17 quilómetros de linha, há 20 túneis e 10 pontes. “Esta linha foi a única construída em território estrangeiro com capitais portugueses”, conta Nuno Machado Vieira.