A sua foto Setembro 2016

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O olhar dos nossos leitores mostra-nos uma visão do mundo muito pessoal. Conheça as nossas escolhas deste mês.

 

A Via Láctea é um dos alvos mais procurados para os astrofotógrafos. Sabendo que se aproximava a Lua nova, o fotógrafo Luís Rodrigues, de São João das Lampas, aproveitou uma janela temporal de alguns dias sem luz no céu na costa atlântica, perto de Sintra. “Esperei por uma noite mais limpa de neblinas e nevoeiros e desloquei-me à praia por volta das 3h30”, conta. Isolado da luminosidade vinda de terra, Luís Rodrigues deparou, ainda assim, com neblina que quase o levou a desistir. A persistência compensou.

Ao final da tarde, uma grande nuvem pairava sobre Portalegre e, com o cair do dia, surgiram os primeiros sinais de trovoada. “Há muito tempo que queria fotografar este fenómeno e escolhi as águas da albufeira de Póvoa e Meadas (Castelo de Vide)”, conta o autor Ricardo Lourenço, de Portalegre. A fotografia captou este espelho perfeito da sequência de relâmpagos que iluminavam os céus e davam relevo aos contornos da própria nuvem.

Ave rara na zona de Barcelos onde o fotógrafo se encontrava, o melro-d’água despertou um desafio aliciante. A contemplação “deste guerreiro de águas frias e rápidas dos riachos de montanha a mergulhar, nadar e caminhar debaixo de água foi uma experiência inesquecível”, diz Vítor Oliveira, de Barcelos. Esta ave, de hábitos rotineiros mas de movimentos imprevisíveis, exigiu o recurso a uma rede de camuflagem para obter este registo raro de vigor e movimento.

Depois de perceber onde nidificava um casal de guarda-rios na pateira de Fermentelos, o fotógrafo Armindo Ferreira, Fermentelos, investigou também os locais de alimentação dos filhotes. A tarefa consumiu algum tempo de espera, mas foi premiada com esta fotografia que representa a ave com um lagostim-vermelho acabado de pescar. “De seguida, como um raio azul, partiu em direcção ao ninho”, conta o autor.

O milhafre-real é uma das aves de rapina mais bonitas de fotografar. As suas cores e a beleza de voo distinguem-no bem do milhafre-preto. “Num fim de tarde, com o céu preenchido por finas nuvens que criaram uma luz mais difusa, acompanhava de perto alguns milhafres-pretos quando um casal de milhafres-reais se aproximou”, conta o fotógrafo Pedro Rego, de Bragança. Esta fotografia foi o resultado do encontro acidental.