O reconhecimento da importância do sal para a dieta humana e para a preservação dos alimentos é muito antigo e perde-se na história. No território a que hoje chamamos de Portugal, a exploração de sal marinho remonta à Idade do Bronze.
No ano 959, a condessa Mumadona Dias doou em testamento um conjunto de bens ao cenóbio de Guimarães, onde se incluíam as salinas em Aveiro, o motivo desta fotografia de João Nunes da Silva mais de um milénio depois.
Também sabemos que no século XIV, na margem sul do Tejo, já havia também uma expressiva produção salineira e que, a partir de meados do século XX, o sal barato vindo de outras paragens levou ao abandono e à conversão em pisciculturas de muitas salinas nos cinco principais salgados do país: Aveiro, Figueira da Foz, Tejo, Sado e Algarve.
A valorização do património etnográfico e um renovado interesse gastronómico dos consumidores pelos produtos sustentáveis e de elevada qualidade têm criado oportunidades de crescimento para a produção com métodos tradicionais e extracção da apreciada flor-de-sal. Segundo o Instituto Nacional de Estatística a produção artesanal e a flor-de-sal correspondem a um quinto do sal marinho produzido, mas apresentam tendência de crescimento.
Além do valor cultural e etnográfico em risco, as salinas constituem abrigos fundamentais para aves migradoras e o seu abandono tem impactes significativos na biodiversidade.