O sexo envolve tentativa e erro para as cobras-marinhas-oliváceas. Estes répteis têm fraca visão e sabe-se que os machos confundem as potenciais parceiras com pepinos-do-mar, pedaços de corda e até barbatanas de mergulhadores.

Quando um macho consegue por fim localizar uma fêmea, bate-lhe ao de leve na cabeça como se pedisse consentimento. Estes pedidos são por norma rejeitados, obrigando o pretendente a iniciar de novo a busca por parceira. Se a fêmea aceitar a oferta, o macho tem de encontrar uma forma de inserir um dos seus dois pénis na cloaca da fêmea, o que para uma criatura com fraca visão e sem membros é “complicado”, diz Claire Goiran, bióloga marinha da Universidade da Nova Caledónia. Os machos enrolam-se em torno das parceiras e contorcem-se até que tudo encaixe: “Demora muito até o macho ficar na posição correcta”, diz Claire.

Como consequência, o sexo subaquático desta espécie pode durar horas e um casal não pode separar-se até o acto estar concluído. Quando a fêmea precisa de emergir para respirar, arrasta o companheiro com ela... pelo pénis. É mais uma indignidade que ele suporta pela oportunidade de transmitir os seus genes.

As cobras-marinhas-oliváceas passam a maior parte do tempo em águas pouco profundas, mas já foram encontradas a mais de 100 metros de profundidade. As fêmeas parem cinco a sete crias após nove meses de gestação.

Artigo publicado originalmente na seção "Explore" da edição de Julho de 2023 da revista National Geographic.