Esta fotografia, tirada em Setembro de 2016 e fornecida pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), mostra uma pequena lula de vidro – Hyaloteuthis pelagica –, uma das espécies de cefalópodes mais pequenas do mundo.

O espécime foi encontrado ao largo da costa da Ilha Grande do Hawai durante uma expedição para estudar a biodiversidade de um ecossistema de águas profundas invulgarmente diversificado ao largo da costa das ilhas.

Uma das características mais marcantes da Hyaloteuthis pelagica é o seu corpo transparente, de onde lhe vem o nome comum. Esta adaptação permite-lhe camuflar-se habilmente no seu ambiente, tornando-se quase invisível aos predadores. Além disso, ao contrário de outras lulas, possui órgãos bioluminescentes que lhe permitem produzir a sua própria luz, que se crê ser utilizada para atrair as presas.

Outra particularidade da Hyaloteuthis pelagica é o seu sistema reprodutor. Os machos desta espécie possuem um braço modificado chamado hectocótilo, que utilizam para transferir o esperma para as fêmeas. O mais interessante deste hectocótilo é que se destaca do corpo do macho após o processo de acasalamento e fica ancorado na cavidade corporal da fêmea, onde pode permanecer durante vários dias antes de ser expulso. Esta estratégia reprodutiva única permite que os machos maximizem as suas hipóteses de sucesso reprodutivo e pode dar-lhes uma vantagem evolutiva na competição para passar os seus genes.