Há cerca de oito milhões de anos, iniciou-se um intenso período de actividade vulcânica na Dorsal Média Atlântica e, do fundo do oceano, emergiram as nove ilhas que constituem hoje o arquipélago dos Açores.
Ao longo de milhares de anos, as ilhas foram colonizadas por plantas, insectos e aves – uma delas foi o icónico milhafre. Símbolo da biodiversidade açoriana, o milhafre foi protagonista involuntário de um erro histórico. Avistado em grande número nos céus, foi tomado pelos primeiros navegadores como um açor, o que deu nome às ilhas.
Dócil e abundante, o milhafre tornou-se um símbolo da conservação das aves do arquipélago.
O equívoco com a nomenclatura foi detectado precocemente pelo cronista Gaspar Frutuoso que confirmou, na sua obra “Saudades da Terra”, a inexistência de açores nas ilhas e a abundância de milhafres. Dócil e abundante, o milhafre tornou-se um símbolo da conservação das aves do arquipélago.
O clima e a geomorfologia das ilhas tornaram-nas apetecíveis para a pecuária, actividade que, aliada ao corte da floresta Laurissilva para utilização de lenha, deixou cicatrizes profundas nos ecossistemas e na biodiversidade das ilhas.
PECUÁRIA, UMA ALIADA DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
Mais recentemente, compreendeu-se que a produção pecuária e a conservação da natureza podem beneficiar-se reciprocamente e é dessa simbiose que nasce a Milhafre dos Açores. A marca descobriu há muito tempo que é quando menos se tira da natureza, respeitando os seus ciclos, os seus movimentos e o seu tempo, que ela nos oferece mais.
O queijo da Graciosa, produzido pela Milhafre dos Açores, passou a ostentar recentemente o prestigiado selo da Reserva da Biosfera.
Esta abordagem proporciona um contributo fundamental para manter o ritmo natural dos ecossistemas e para preservar as tradições de uma comunidade que vive ancestralmente em harmonia com a natureza.
Os sabores e as texturas da Milhafre dos Açores só existem porque os seus produtos são fruto de uma estratégia que aposta na coexistência entre uma actividade com enorme peso histórico na região e a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Recentemente, o queijo da Graciosa, produzido pela Milhafre dos Açores, passou a ostentar o prestigiado selo da Reserva da Biosfera, resultado de uma rigorosa avaliação da UNESCO.
Num arquipélago que é um hino à natureza, o voo do milhafre, uma das suas mais emblemáticas espécies, é um tributo que devemos celebrar diariamente.