Junte uma casca de camarão a proteínas de seda e obterá uma substância nova e promissora. A shrilk (shrimp, de camarão, mais silk, de seda) foi inventada por investigadores do Instituto Wyss, em Harvard, que dispôs as duas componentes em camadas, de forma a imitar as estruturas das carapaças e cutículas dos insectos. A shrilk tem baixo custo de produção e virtudes inestimáveis: é resistente, flexível e biodegradável. No futuro, poderá ser utilizada para fabricar desde materiais para cicatrização a sacos de lixo e fraldas descartáveis. E poderá tornar obsoletos os plásticos que atulham os aterros sanitários.

Desde os primórdios da história da humanidade que há pioneiros a experimentar todo o tipo de elementos, tentando criar materiais novos e melhorados. A invenção do plástico em 1907 marcou o início da era dos materiais sintéticos, aumentando consideravelmente as possibilidades de criação de uma variedade interminável de produtos úteis. No entanto, por vezes, os cientistas inventam materiais cuja utilidade não se vislumbra logo de início. É o caso dos tipos de carbono complexos que pode ver, em destaque, à direita.

O MAIS DURO DO MUNDO. Os cientistas comprimiram um tipo de carbono denominado buckminsterfulereno para criar um material suficientemente forte para amolgar diamantes. Ainda por designar, poderá ser útil no fabrico industrial e na perfuração de poços de grande profundidade. Buckminsterfulereno baseia-se no nome do detentor da patente de uma estrutura arquitectónica em forma de cúpula.

Outros materiais novos podem parecer banais no nosso mundo de alta tecnologia, mas trarão certamente alegrias aos consumidores. Uma equipa do MIT, por exemplo, inventou uma fórmula patenteada para uso alimentar denominada LiquiGlide, uma cobertura escorregadia para revestimento do interior de embalagens que facilita a saída de líquidos espessos. “É como uma mancha de óleo permanente no plástico”, diz o membro da equipa Dave Smith. Os consumidores podem contar com a venda de embalagens revestidas com LiquiGlide dentro de um ano.  

MAIS LEVE E MAIS ESCURO. A aerografite é uma forma de carbono com estrutura similar à de uma esponja. Repele a água, é elástica, leve e conduz electricidade. Os inventores pensam que poderá ser usada nas baterias de automóveis eléctricos, pois uma carga mais leve reduz os custos de funcionamento. Porém, ainda não se sabe como aproveitar a sua capacidade para absorver quase toda a luz. Um cubo de aerografite com quatro metros pesa aproximadamente15 quilogramas, o mesmo que uma criança pequena. 

5w Infographics; Alexander Stegmaier. 
Fontes: Instituto Carnegie para a Ciência; Universidade de Kiel; Universidade Tecnológica de Hamburgo; Instituto Nacional para o Grafeno, Universidade de Manchester.