O Grande Quadrado de Pégaso, um asterismo situado no centro da constelação de Pégaso, é muito útil para localizar outras constelações outonais. Uma delas é Andrómeda, cuja estrela-alfa, Alpheratz, pertence tanto a esta constelação como ao asterismo.

Esta estação presenteia-nos com três importantes chuvas de meteoros (as Oriónidas, em Outubro, e as Táuridas e as Leónidas, em Novembro) e a oportunidade de observar à vista desarmada a galáxia de Andrómeda (M31) na sua constelação homónima.

 

ANDROMEDA: Andrómeda

A maior das nossas vizinhas galácticas é visível a olho nu em Andrómeda, cujo nome alude à princesa mitológica acorrentada a uma rocha como sacrifício aos deuses.

Andrómeda
Andrómeda

A norte do equador celeste, Andrómeda só é visível acima de 400 de latitude sul, paralelo que passa pela Tasmânia e pela Argentina.

Parece um V invertido, pontuado por várias estrelas brilhantes. A oeste do braço direito da donzela acorrentada, encontra-se a galáxia de Andrómeda, a maior das nossas vizinhas galácticas próximas e um dos objectos mais distantes reconhecíveis sem instrumentos. Situada a cerca de 2.500 anos-luz, a galáxia de Andrómeda está a avançar na direcção da Via Láctea, com a qual colidirá daqui a aproximadamente 4.000 milhões de anos. Pensa-se que a Terra sobreviverá ao impacte.

AQUARIUS: Aquário

Uma das constelações menos brilhantes do zodíaco, Aquário é também uma das mais antigas. A melhor época para observá-la é o Outono, quando ela alcança o seu ponto mais alto no céu.

Aquarius
Aquarius

Aquário é uma constelação grande, mas pouco brilhante, localizada entre Capricórnio e Peixes.

Nenhuma das suas estrelas se destaca pelo brilho, mas a sua localização no céu, longe do plano galáctico, permite que nela se avistem galáxias. Situada a cerca de 700 anos-luz, a nebulosa da Hélice é a nebulosa planetária mais próxima da Terra, equivalendo em tamanho a metade da Lua cheia, mas não brilha demasiado. Mais longe, encontra-se a nebulosa de Saturno, uma mancha esborratada verde-azulada vagamente parecida com o planeta dos anéis. O enxame de estrelas M2 é um dos maiores que conhecemos.

CASSIOPEIA: Cassiopeia

Desterrada para o firmamento, a figura mitológica distingue-se melhor no Outono, quando está mais alto, e pela sua forma inconfundível. Está sentada num trono diante da estrela Polar.

Cassiopeia
Cassiopeia

Próxima do pólo celeste, Cassiopeia é visível durante todo o ano em boa parte do hemisfério norte, embora a melhor época para observá-la seja o Outono. Com forma de W ou de M, consoante a estação, a configuração desta constelação facilita o seu reconhecimento.

Encontra-se no céu perto da sua filha (Andrómeda), o marido (Cefeu) e Perseu, o herói que salvou Andrómeda da morte. Junto de Cassiopeia, existem vários enxames, mas o mais indicado para principiantes é o enxame aberto M52. Seguindo a linha que marca a perna sul do W, encontra-se o M52, cuja centena de estrelas se observa bem com um pequeno telescópio.

PEGASUS: Pégaso

Grande e inconfundível, Pégaso contém vários marcos exoplanetários, entre os quais o primeiro planeta descoberto na órbita de uma estrela semelhante ao Sol.

Pegasus
Pegasus

À direita de Andrómeda (com a qual partilha Alpheratz), Pégaso é uma constelação grande que se avista facilmente no Outono.

As suas quatro estrelas brilhantes formam um asterismo inconfundível: o Grande Quadrado de Pégaso. É a esta constelação que devemos as primeiras notícias exoplanetárias: o primeiro exoplaneta descoberto na órbita de uma estrela semelhante ao Sol (em 1995) e os primeiros exoplanetas fotografados (em 2008). Embora a observação desses planetas só esteja ao alcance dos telescópios mais potentes, o enxame M15, com cerca de 12 mil anos de antiguidade, é visível com binóculo.

PERSEUS: Perseu

Todos os anos, em Agosto, uma chuva de estrelas vinda da constelação de Perseu, situada entre Cassiopeia e Andrómeda, precipita-se sobre a terra: são as Perseidas.

Perseus
Perseus

Encarnação estelar de Perseu, carrasco de Medusa e salvador de Andrómeda, Perseu é visível no céu boreal duramente a maior parte do ano.

É relativamente fácil localizá-lo, pois está assinalado por várias estrelas brilhantes. A mais conhecida é Algol (a estrela endemoninhada), uma estrela variável eclipsante que, durante dez horas a cada três dias, perde uma magnitude inteira de brilho. Mais longe, a cerca de 7.500 anos-luz de distância e visível com binóculo, encontra-se o Enxame Duplo. Ainda mais adiante, a 250 milhões de anos-luz, está o gigantesco enxame de Perseu, que contém milhares de galáxias.

PISCES: Peixes

Peixes, constelação que representa Afrodite e o seu filho Eros, acolhe uma das poucas anãs brancas visíveis sem equipamento sofisticado.

Pisces
Pisces

A constelação do zodíaco de Peixes reconhece-se pelo asterismo circular formado por cinco estrelas que representa o maior dos peixes.

Situa-se perto do Grande Quadrado de Pégaso e parece um V gigante que, no final do Outono, se encontra no alto. Com um telescópio de 20 centímetros, é possível distinguir a bela galáxia espiral M74 (a cerca de 32 milhões de anos-luz e lar de cerca de 100 mil milhões de estrelas) e a estrela de Van Maanen. As anãs brancas são cadáveres de estrelas que eram muito parecidas com o Sol.