Daan Roosegaarde, arquitecto e mergulhador nocturno, considera o plâncton bioluminescente inspirador. “Não tem baterias, não recebe uma factura de energia, não tem contrato de manutenção”, brinca. 

“O que podemos aprender com ele?”

A questão tem sido utilizada no trabalho de Roosegaarde, que usa modelos naturais para tornar as cidades mais eficientes e bonitas. Para replicar o plâncton que emite luz, Daan e os colegas incorporaram rochas alimentadas a energia solar no pavimento da ciclovia visível na imagem. A estrutura localiza-se em Nuenen, na Holanda, onde em tempos viveu Van Gogh, pelo que as pedras brilhantes foram dispostas de modo a assemelharem-se à obra-prima do artista “A Noite Estrelada”.

O holandês considera “estranho” o facto de as sociedades modernas se concentrarem nos veículos mas negligenciarem as superfícies onde estes se deslocam: “As infra-estruturas definem mais as nossas cidades do que os automóveis”, diz. Daan inverte o foco da atenção com invenções para estradas: tintas que mudam de cor quando as temperaturas descem, vias que reabastecem a energia dos veículos movidos a energia eléctrica, e linhas reflectoras alimentadas pela iluminação pública.

Vivendo numa nação situada abaixo do nível do mar, Daan leva o seu trabalho muito a sério: “Sem tecnologia e bom design, afogávamo-nos literalmente”, diz.