Em 2011, um cão saltou de um helicóptero para acompanhar a equipa militar norte-americana no ataque ao complexo onde se escondia Osama bin Laden, no Paquistão. O cientista Gregory Berns teve então uma epifania. “Pensei que, se os cães podem saltar de helicópteros, podemos treiná-los para entrar num aparelho de ressonância magnética”, recorda. No ano seguinte, o neurocientista lançou o DogProject na Universidade Emory, a primeira a treinar cachorros para permanecerem imóveis, sem sedação, num equipamento de ressonância magnética enquanto estudavam os seus cérebros.
A observação do cérebro do cão permitiu verificar as suas reacções a estímulos como gestos, sons e cheiros. A actividade no centro de recompensas pode mostrar se os cães preferem o carinho humano aos alimentos (provavelmente estão em plano de igualdade) e quais podem não ser adequados para trabalho, revelando ansiedade ou excitação em excesso.
Como as estruturas e os processos do cérebro canino são potencialmente tão únicos e complexos quanto o do ser humano, serão precisos anos de testes para decifrar a forma como funcionam. “Os cães são tão diferentes uns dos outros quanto os humanos”, diz Gregory Berns.
Ciência Canina
Linguagem de bebé À semelhança dos bebés humanos, os cachorros respondem melhor a vozes agudas do que a graves. Investigadores em Nova Iorque e França descobriram que o tom da voz pode ajudar os cachorros a aprender palavras. Na idade adulta, os cães perdem a preferência pela oitava acima.
Ao ritmo da música
Os seres humanos e os cães encontram conforto na música. Peritos da Universidade de Glasgow testaram cinco playlists em cães enquanto monitorizavam o seu stress. Embora as reacções fossem diferentes, a música teve um efeito calmante.
Filhotes-proveta
Após décadas de testes, investigadores do Smithsonian e da Universidade Cornell produziram uma ninhada usando fertilização in vitro. Os cientistas esperam aplicar a tecnologia para combater doenças genéticas comuns a cães e humanos.
Na família
Quando se trata de inteligência social, as crianças mostram padrões mais similares com os cães do que com os chimpanzés. Investigadores da Universidade do Arizona descobriram que, em algumas tarefas de comunicação, tanto os cães como as crianças apresentavam melhor desempenho do que os chimpanzés.