Os planetas rochosos, Mercúrio, Vénus, Terra e Marte, e os gigantes gasosos, Júpiter, Saturno Urano e Neptuno são os oito mundos que compõem o sistema solar. Contamos-lhe tudo o que precisa de saber sobre cada um deles nesta viagem pela nossa vizinhança cósmica.

Mercúrio, Vénus, Terra e Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. São os oito planetas que fazem parte do sistema solar.

Os quatro primeiros, Mercúrio, Vénus, Terra e Marte, têm algo em comum: situam-se nas órbitas mais próximas do Sol, possuem um núcleo metálico no seu interior e são compostos por materiais sólidos, razão pela qual recebem o nome de planetas rochosos ou planetas interiores.

Por outro lado, as órbitas de Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno situam-se muito mais longe do Sol, na zona exterior do sistema solar, e os planetas são maioritariamente compostos por gás, razão pela qual são conhecidos como planetas exteriores ou jovianos.

No passado, estes quatro planetas foram considerados e denominados gigantes gasosos, mas actualmente os astrónomos acham que só dois correspondem a essa definição no nosso sistema planetário: Júpiter, o maior planeta do sistema solar, e Saturno, o planeta famoso pelos seus anéis. Urano e Neptuno que, no passado se incluíam nesta categoria, são agora considerados gigantes gelados, pois são constituídos principalmente por gelo, rocha e gás.

No entanto, para além das qualidades que possam ter em comum, cada um dos planetas do sistema solar é um mundo único e apresenta características muito específicas que o diferenciam dos restantes. Em seguida, especificamos tudo o que precisa de saber sobre cada um.

O planeta Mercúrio

Mercúrio

Fotografia: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington

Dados do planeta Mercúrio

Características

Mercúrio

Distância orbital (km)

57.909.227

Raio equatorial (km)

2.439

Volume (km3)

60.827.208.742

Massa (kg)

330.104 x 1018

Densidade (g/cm3)

5,427

Gravidade à superfície (m/s2)

3,7

Velocidade de escape (km/h)

15.300

Duração do dia

58,6 dias terrestres

Duração do ano

87,87 dias terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

170.503

Composição da atmosfera (exosfera)

Oxigénio, Sódio, Hidrogénio, Hélioe Potássio

Luas descobertas

-

Mercúrio foi assim designado em homenagem a Hermes, o mensageiro dos deuses gregos do Olimpo. Mais tarde, os romanos baptizaram-no, tal como aos restantes planetas, com o nome do deus equivalente na sua mitologia. Neste caso, Mercúrio, tendo sido com esse nome que chegou aos dias de hoje.

Com um tamanho pouco superior ao da nossa lua, é o planeta mais pequeno do sistema solar e o mais próximo do Sol. Trata-se do menor dos planetas rochosos dos planetas do sistema solar e, tal como a Lua, apresenta uma superfície repleta de crateras, em parte devido à finíssima e quase ausente atmosfera (exosfera) que o rodeia. Com uma velocidade de 170.5030 quilómetros por hora, trata-se também do planeta que viaja mais depressa através do espaço – daí o seu nome – já que a velocidade de um planeta aumenta em função da sua proximidade da estrela que orbita.

Devido à sua proximidade do Sol, o nosso astro pareceria três vezes maior visto a partir da superfície de Mercúrio do que a partir da Terra, e o seu brilho seria até sete vezes superior. Seria também de esperar que, devido à sua proximidade do Sol, Mercúrio fosse o planeta mais quente do sistema solar. No entanto, contradizendo a intuição, essa honra vai para Vénus, devido à sua densa atmosfera, Vénus regista as temperaturas mais altas de todo o sistema solar.

A quase ausência de atmosfera em Mercúrio também propicia que as temperaturas no mesmo sejam as mais extremas do sistema solar, podendo alcançar os 430ºC durante o dia e -180º à noite. Devemos também dizer que o eixo de rotação de Mercúrio está inclinado apenas 2° em relação ao plano da sua órbita em redor do Sol. Isso significa que gira quase perfeitamente na vertical, não tendo, por conseguinte, estações.

O planeta Vénus

planeta Vénus

Fotografia: NASA/Jet Propulsion Laboratory-Caltech

Dados do planeta Vénus

Características

Vénus

Distância orbital (km)

108.209.475

Raio equatorial (km)

6.051

Volume (km3)

928.415.345.893

Massa (kg)

4.867.320 x 1018

Densidade (g/cm3)

5,243

Gravidade à superfície (m/s2)

8,87

Velocidade de escape (km/h)

37.296

Duração do dia

116 dias y 18 horas terrestres

Duração do ano

225 dias terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

126.074

Composição da atmosfera (exosfera)

Dióxido de Carbono y Nitrógeno

Luas descobertas

-

Ultrapassado apenas pelo Sol e Lua, Vénus é o objecto mais brilhante visível no firmamento a partir da Terra. Isto fez com que, desde a antiguidade, os romanos associassem o planeta à deusa da beleza e do amor, Vénus, da qual recebeu o nome, devido ao seu brilho e beleza.

Parte da intensidade do brilho de Vénus deve-se à proximidade de Terra, uma vez que se trata do planeta mais próximo de nós. É também o segundo planeta mais próximo do Sol e é outro dos quatro planetas rochosos do sistema solar. Devido à grande semelhança com o nosso planeta, tanto em tamanho como em densidade, é por vezes denominado planeta gémeo da Terra.

Não obstante, Vénus não é assim tão parecido com a Terra como seria de esperar. Um dos melhores exemplos disso é a sua atmosfera muito espessa e rica em dióxido de carbono. Com efeito, a atmosfera de Vénus é tão densa que, a partir da sua superfície, o Sol é visível apenas como um ténue vislumbre de luz. A combinação da sua atmosfera com as densas nuvens de ácido sulfúrico que o rodeiam, gera um efeito de estufa tal que torna Vénus o planeta mais quente do sistema solar. A temperatura em Vénus pode alcançar os 475ºC, suficiente para derreter o chumbo, e a pressão ao nível da superfície pode alcançar 90 atmosferas.

Outra grande diferença em relação à Terra e aos restantes dos planetas do sistema solar é que Vénus gira sobre o seu eixo ao contrário dos restantes, ou seja, em Vénus o Sol nasce a poente e põe-se a nascente. Além disso, a sua rotação é extremamente lenta, pois demora 243 dias a dar uma volta sobre si mesmo, o que faz com que um ano em Vénus, que dura 225 dias, seja mais curto do que um dia no planeta.

Tal como a Terra, Vénus possui um núcleo de ferro envolto por um manto de rocha quente e uma crosta rochosa. A sua superfície apresenta uma cor oxidada e está salpicada por montanhas e milhares de grandes vulcões, alguns dos quais os cientistas acreditam que ainda estejam ativos.

O planeta Terra

Planeta Terra

Fotografia: EUMETSAT/ESA

Dados do planeta Terra

Características

Terra

Distância orbital (km)

149.598.262

Raio equatorial (km)

6.371

Volume (km3)

1.083.206.916.846

Massa (kg)

5.972.190 x 1018

Densidade (g/cm3)

5,513

Gravidade à superfície (m/s2)

9,8

Velocidade de escape (km/h)

40.284

Duração do dia

23 horas y 56 minutos

Duração do ano

365 dias, 6 horas y 9,76 minutos

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

107.218

Composição da atmosfera (exosfera)

Oxigénio y Nitrógeno.

Luas descobertas

1

Por mais simples que o nome do nosso planeta possa parecer, também ele teve origem na mitologia grega. Neste caso, os antigos gregos denominaram a Terra em homenagem à deusa Gea, a qual era adorada como criadora do universo e mãe dos deuses primordiais, os Titãs, e dos primeiros seres humanos. Tal como acontece com os restantes planetas, os romanos baptizaram-no posteriormente com o nome de sua deusa equivalente, Terra, nome que chegou até nós com as devidas adaptações.

O nosso lar, a Terra é o quinto maior planeta do sistema solar e o terceiro mais próximo do Sol. Entre outras qualidades, como a rotação do seu eixo em relação à elíptica, a composição da sua atmosfera rica em oxigénio ou a presença de água em estado líquido, esta distância da Terra ao Sol – situada dentro da zona de habitabilidade de uma estrela - é responsável por o nosso planeta ser o único do sistema solar no qual se encontrou vida até à data.

Com efeito, a Terra reúne uma grande quantidade de características que tornam a vida possível. Por exemplo, a atmosfera da Terra, a qual também nos protege da radiação proveniente do Sol e do espaço é composta por cerca de 78% de nitrogénio, 21% de oxigénio e 1% de outros ingredientes: o equilíbrio perfeito para respirar e viver. Os vastos oceanos da Terra proporcionaram um local conveniente para que a vida surgisse há cerca de 3.800 milhões de anos. Do mesmo modo, a Terra é o único planeta do sistema solar com uma só lua, a qual é, em muitos sentidos, responsável por tornar a Terra habitável ao reger as marés ou estabilizar a oscilação do nosso planeta, tendo feito com que o clima sofresse poucas variações ao longo de milhares de anos.

O planeta Marte

Planeta Marte

Fotografia: NASA/JPL-Caltech

Dados do planeta Marte

Características

Marte

Distância orbital (km)

227.943.824

Raio equatorial (km)

3.389

Volume (km3)

163.115.609.799

Massa (kg)

641.693 x1018

Densidade (g/cm3)

3.934

Gravidade à superfície (m/s2)

3,71

Velocidade de escape (km/h)

18.108

Duração do dia

24 horas, 37 minutos

Duração do ano

687 dias terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

86.677

Composição da atmosfera (exosfera)

Dióxido de Carbono, Nitrógeno y Argón

Luas descobertas

2

Também conhecido como planeta vermelho, é o mais distante do Sol dos quatro planetas rochosos do sistema solar e o segundo mais próximo da Terra, embora tenha aproximadamente metade do seu tamanho. Trata-se de um planeta fácil de identificar no firmamento nocturno devido ao brilho avermelhado que faz jus ao seu nome.

Apesar do que possa parecer devido à sua cor avermelhada, Marte não é um planeta quente, muito pelo contrário. Na actualidade, trata-se de um planeta seco, rochoso, inóspito e frio, embora isso não signifique que, no passado, não tenha tido condições que permitissem a existência de vida. Crê-se que Marte já foi um mundo mais quente e coberto de água, motivo pelo qual os cientistas não desistem de tentar descobrir sinais de vida passada. Com efeito, é possível encontrar água em Marte actualmente, embora a atmosfera marciana seja demasiado fina para que exista em estado líquido durante muito tempo à superfície. É por isso que a maior parte da água marciana se encontra sob a forma de gelo abaixo da superfície, nas regiões polares.

Além disso, tal como sucede na Terra, existem estações em Marte, mas duram mais lá do que cá, pois Marte demora quase o dobro do tempo do nosso planeta a dar a volta ao Sol. Foi também recentemente que os cientistas demonstraram que Marte é um planeta geologicamente activo, no qual foram identificados martemotos – o equivalente marciano a terramotos – e, embora seja muito débil, o seu campo magnético indica, que tal como na Terra, o núcleo metálico de Marte funcionou como um íman. Além disso, existem em Marte alguns dos acidentes geográficos mais interessantes do sistema solar, como o sistema de desfiladeiros com 4.800 km conhecido como Valles Marineris ou o Monte Olimpo, o qual, com 22,5 km de altura, é simultaneamente a maior montanha e o maior vulcão do sistema solar.

Marte tem duas pequenas luas chamadas Fobos e Deimos, ambas baptizadas em homenagem aos filhos do deus Ares na mitologia grega, que se pensa serem asteróides capturados.

O planeta Júpiter

planeta Júpiter

Fotografia: ASA, ESA, A. Simon (Goddard Space Flight Center), and M.H. Wong (University of California, Berkeley)

Dados do planeta Júpiter

Características

Júpiter

Distância orbital (km)

778.340.821

Raio equatorial (km)

69.911

Volume (km3)

1.431.281.810.739.360

Massa (kg)

1.898.130 x1021

Densidade (g/cm3)

1,326

Gravidade à superfície (m/s2)

24,79

Velocidade de escape (km/h)

216.720

Duração do dia

9 horas, 56 minutos

Duração do ano

12 anos terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

47.002

Composição da atmosfera (exosfera)

Hidrogénio y Hélio

Luas descobertas

79

Como não poderia deixar de ser, com mais do dobro da massa dos restantes planetas juntos, Júpiter é o maior planeta do sistema solar. É por essa razão que recebe o nome do deus dos deuses do Olimpo, Zeus, ou Júpiter na mitologia romana.

Em Júpiter, tudo tem magnitudes extraordinárias. Para fazermos uma ideia, caberiam até onze planetas Terra ordenados em fila sobre a linha do equador de Júpiter. A velocidade de rotação deste colosso do sistema solar também é endiabrada: um dia em Júpiter dura apenas umas escassas 10 horas (enquanto na Terra dura 24 horas), e o seu raio é dez vezes maior do que o do nosso planeta. Essa é também a causa dos ventos fortes que se geram na atmosfera de Júpiter, os quais podem alcançar até 540 km por hora no equador do planeta, dando origem às tempestades mais impressionantes do sistema solar, como é o caso da Grande Mancha Vermelha, uma tempestade que, segundo os cientistas, está activa há mais de 300 anos e na qual caberiam dois planetas do tamanho da Terra.

Um dos aspectos mais fascinantes de Júpiter é, sem dúvida, a sua atmosfera. Com efeito, Júpiter é conhecido pelos seus diferentes cinturões e zonas: faixas de nuvens brancas e avermelhadas que envolvem o planeta e lhe dão uma aparência deveras impressionante. Crê-se que as faixas mais escuras correspondam a colunas de gases que contêm enxofre e fósforo, que se elevam a partir do interior mais quente do gigante gasoso.

Também é muito provável que Júpiter não tenha só uma, mas três camadas de nuvens divididas pela parte mais baixa da sua atmosfera, a qual pode alcançar até 1000 km no total. Os astrónomos crêem que a camada mais interior da atmosfera poderá ser formada por gelo e vapor de água, a camada intermédia provavelmente por cristais de hidrossulfito de amónio e a camada superior de gelo por amoníaco.

Como se pode ver, Júpiter é um mundo super-maciço, mas é composto por elementos ligeiros, principalmente hélio e hidrogénio. Será, porém, um planeta exclusivamente formado por gás? A resposta é que ainda desconhecemos a natureza do interior do planeta, mas os cientistas põem a possibilidade de Júpiter ter um núcleo sólido no seu interior. A ser verdade, porém, este deverá ser apenas do tamanho da Terra.

Será um planeta apto para albergar vida? Com todas as suas características, para além da sua enorme gravidade que impera em Júpiter, a qual funciona como um escudo anti-asteróides para os planetas interiores do sistema solar, as probabilidades são infinitamente escassas. Não obstante, Júpiter é um pequeno sistema planetário por si só, razão pela qual os cientistas não descartam a possibilidade de se ter desenvolvido vida em alguma das suas 79 luas, de entre as quais destacam Europa, Ganímedes, Io e Calisto, assim baptizadas em homenagem às amantes do deus Zeus.

O planeta Saturno

planeta Saturno

Fotografia: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

Dados do planeta Saturno

Características

Saturno

Distância orbital (km)

1.426.666.422

Raio equatorial (km)

58.238

Volume (km3)

827.129.915.150.897

Massa (kg)

568.319 x1021

Densidade (g/cm3)

0,687

Gravidade à superfície (m/s2)

10,4

Velocidade de escape (km/h)

129.924

Duração do dia

10 horas, 34 minutos

Duração do ano

29 anos terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

129.924

Composição da atmosfera (exosfera)

Hidrogénio y Hélio

Luas descobertas

83

Saturno é outro dos maiores planetas do sistema solar, sendo por isso que, tal como Júpiter, recebeu o nome de um dos deuses mais importantes das mitologias grega e romana, que se referiam a ele respectivamente como Cronos e Saturno, o pai de Zeus/Júpiter. Cronos e Saturno eram, de facto, os deuses do tempo e da agricultura. Saturno é o planeta que mais tempo se pode observar no firmamento ao longo do ano, por isso a escolha deste nome para designar este gigante gasoso por ambas as culturas não é um acaso.

Saturno é o sexto planeta mais distante do Sol. É também o segundo maior (nove planetas Terra em fila caberiam ao longo da linha do seu equador) e o outro gigante gasoso da nossa vizinhança cósmica, embora à semelhança de Júpiter, os cientistas acreditem que que poderá haver um núcleo sólido no seu interior.

O elemento mais chamativo de Júpiter é, sem dúvida, os seus sete anéis os quais se crê serem formados por milhões de pedaços de gelo e rocha provenientes de cometas, asteróides ou luas, que se desintegraram antes de chegarem ao planeta devido à sua poderosa gravidade. Este sistema de anéis estende-se ao longo de uma distância de 282.000 quilómetros do planeta, podendo alcançar uma espessura de 10 km nos mais importantes. Uma curiosidade sobre estes anéis é que foram designados alfabeticamente segundo a ordem pela qual foram descobertos e não pela ordem em que foram criados. Desta forma, os anéis principais são A, B e C. Os anéis D, E, F e G são mais ténues e foram descobertos mais recentemente. Começando em Saturno e deslocando-nos até ao exterior, encontraríamos os anéis D, C, B, A, F, G e E.

À semelhança de Júpiter, Saturno tem 53 luas conhecidas e 30 luas adicionais cuja descoberta aguarda confirmação, ou seja, um total de 83 luas, algumas tão interessantes como Titã ou Encelado.

O planeta Urano

planeta Urano

Fotografia: NASA/JPL

Dados do planeta Urano

Características

Urano

Distância orbital (km)

2.870.658.186

Raio equatorial (km)

25.362

Volume (km3)

68.334.355.695.584

Massa (kg)

86.810.300 x1018

Densidade (g/cm3)

1,270

Gravidade à superfície (m/s2)

8,87

Velocidade de escape (km/h)

76.698

Duração do dia

17 horas, 14 minutos

Duração do ano

84 anos terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

24.477

Composição da atmosfera (exosfera)

Hidrogénio, Hélio y Metano

Luas descobertas

27

O deus Urano era o deus do céu na mitologia grega. Porém, quando os gregos se referiam ao objecto que brilhava no céu com este nome não estavam se a referir-se a um planeta, pois pensavam ser uma estrela. O reconhecimento de Urano como planeta teve de esperar até 1781, quando foi descoberto por Sir William Herschel, que quis baptizá-lo em homenagem ao rei Jorge III de Inglaterra. Georgium Sidus, o nome proposto por Hershel para este gigante de gelo, não prosperou e a comunidade astronómica concordou, em 1850, que este adoptaria o nome de Urano, um nome de origem mitológica em consonância com os restantes planetas do sistema solar.

Urano é o sétimo planeta a contar do Sol, o terceiro maior, o quarto mais maciço e o segundo menos denso. Trata-se do primeiro dos gigantes gelados do nosso sistema planetário e é formado por uma espécie de “gelo” fluido de água, amoníaco e metano. Com efeito, o manto gelado de Urano não é formado por gelo, no sentido convencional, mas por um fluido quente e denso formado por água, amoníaco e outros voláteis.

Urano é um planeta muito diferente de todos o que vimos anteriormente, embora partilhe uma característica excepcional com o planeta Vénus, que é rodar de oeste para leste. No entanto, o que o torna ainda mais especial é o facto de girar num ângulo de quase 90° em relação ao plano da sua órbita, o que faz com que pareça girar deitado, orbitando em redor do Sol como uma bola rolante.

O gigante de gelo está rodeado por 13 anéis ténues, os quais formam o segundo sistema anelar descoberto no sistema solar após o de Saturno. Conta também com 27 satélites naturais conhecidos, os quais foram designados em homenagem a personagens das obras de William Shakespeare e Alexander Pope.

O planeta Neptuno

planeta Neptuno

Fotografia: NASA/JPL

Dados do planeta Neptuno

Características

Neptuno

Distância orbital (km)

4.498.396.441

Raio equatorial (km)

24.622

Volume (km3)

62.525.703.987.412

Massa (kg)

102.412 x1021

Densidade (g/cm3)

1,638

Gravidade à superfície (m/s2)

11,15

Velocidade de escape (km/h)

84.816

Duração do dia

16 horas, 6 minutos

Duração do ano

165 anos terrestres

Velocidade da sua órbita em torno do Sol (km/h)

19.566

Composição da atmosfera (exosfera)

Hidrogénio, Hélio y Metano

Luas descobertas

14

O nome do planeta Neptuno, o deus romano dos oceanos, surgiu num processo semelhante ao ocorrido com Urano e foi consensualmente adoptado pela comunidade de astrónomos. Neptuno foi o primeiro planeta a ser descoberto através de cálculos matemáticos, uma vez que os antigos pensavam que era uma estrela, tal como Urano.

Escuro, frio e regido por ventos supersónicos, o gigante de gelo Neptuno é o oitavo e mais distante planeta do nosso sistema solar. Encontra-se tão longe que é o único planeta não visível a partir da Terra a olho nu.

Neptuno tem muitas semelhanças com o seu vizinho Urano, classificando-se como um gigante de gelo e a maior parte da sua massa corresponde a uma espécie de “gelo” fluido de água, amoníaco e metano, que assenta sobre um pequeno núcleo rochoso. Tal como em Urano, a atmosfera de Neptuna é composta principalmente por hidrogénio molecular, hélio atómico e metano, embora algumas pequenas diferenças neste façam com que os dois planetas exibam tons diferentes de azul.

Neptuno tem 14 luas conhecidas, com o nome de deuses do mar e ninfas da mitologia grega, e também um sistema de anéis com cinco anéis principais e quatro arcos de anéis que resultam da acumulação de poeiras e escombros, provavelmente formados pela gravidade a partir de uma lua vizinha.

 

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