O exame de um cadáver em laboratório pode ser caro e o que se consegue ver é surpreendentemente limitado. Certo dia, foi convidado a visitar o núcleo de testes secretos da Microsoft. Esperava que lhe mostrassem um equipamento de realidade virtual, uma ferramenta potencialmente útil para o ensino. Os técnicos equiparam-no com algo ainda mais inovador: um equipamento de realidade mista, o HoloLens, o primeiro computador autónomo que permite aos utilizadores verem hologramas junto de si.

O HoloLens é o primeiro computador autónomo que permite aos utilizadores verem hologramas junto de si.

Ao colocar o equipamento, Mark foi transportado para uma montanha na superfície de Marte. À sua frente estava um cientista da NASA. Conversaram e olharam-se olhos nos olhos, mas o cientista era um holograma de uma pessoa real, tal como Marte, cuja imagem foi construída a partir de fotografias captadas por uma sonda. A experiência foi tão impressionante que Mark teve necessidade de se sentar: “Soube de imediato que o meu mundo mudara naquele dia”. Percebeu que o equipamento seria extremamente valioso para as suas aulas.
Mark e os colegas na Universidade Case Western Reserve e da Clínica Cleveland decidiram criar um programa para o HoloLens capaz de revolucionar as aulas da anatomia.  Em 2016, lançaram o Holo-Anatomy, uma aplicação que transforma imagens em modelos 3D dos ossos e órgãos do corpo humano e que permite que os estudantes explorem os formatos e movimentos a partir de qualquer ângulo.

O HoloLens já foi implementado em vários campos, da aviação ao design de moda. Os técnicos de elevadores usam-no para identificar problemas e os arquitectos estão a criar versões holográficas das plantas dos edifícios para ajudar à sua visualização.

A realidade virtual integra os utilizadores num mundo alternativo, retirado do ambiente em redor. O HoloLens é diferente: “Os objetos físicos e holográficos coexistem e interagem em tempo real”, diz Lorraine Bardeen, da Microsoft. Nas salas de aula, isso significa que os alunos podem comunicar com os professores, colegas e com o ecrã holográfico.
O HoloLens já foi implementado em vários campos, da aviação ao design de moda. Os técnicos de elevadores usam-no para identificar problemas e os arquitectos estão a criar versões holográficas das plantas dos edifícios para ajudar à sua visualização. Recentemente, uma empresa de tecnologia médica começou a usá-lo para reinventar a sala de operações. No futuro, talvez os estudantes de medicina possam realizar cirurgias experimentais numa sala desenhada pelo HoloLens. 
Em 2019, a Case Western planeia abrir um laboratório de anatomia desenhado com a ajuda  do HoloLens e com um currículo pensado em função do equipamento. “Não consigo imaginar nenhuma área científica que não seja afectada por esta tecnologia”, diz Mark Griswold.

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