As tecnologias modernas para combater o cancro baseiam-se numa ideia centenária: conduzir o sistema imunológico do corpo contra os tumores. Em 1891, William Coley, um cirurgião de Nova Iorque, notou que alguns tipos de cancro pareciam desaparecer depois de os pacientes sofrerem uma infecção. Agindo com base nessa conjectura, Coley injectou bactérias num paciente com um cancro mortal na garganta e o tumor do homem começou a regredir.

Actualmente a imunoterapia é o campo mais promissor da pesquisa oncológica. Os investigadores descobriram que uma infecção pode acelerar o sistema imunológico, produzindo células T que caçam e matam invasores externos, incluindo células cancerígenas. A pesquisa está a produzir novas formas de impulsionar esses ataques imunológicos, incluindo drogas que eliminam as células cancerígenas da camuflagem por estas usada para se esconderem das células T.

Algumas abordagens permitem que o sistema imunológico funcione na sua velocidade máxima, enquanto outros o aceleram ou eliminam os obstáculos moleculares e celulares do seu caminho, defende a investigadora Elfriede Noessner.

Embora nem todos os tipos de cancro respondam de forma positiva à imunoterapia, os investigadores estão a decifrar a genética que torna alguns tumores vulneráveis ao ataque do sistema imunológico. Elfriede Noessner crê que os médicos poderão combater no futuro mais tipos de cancro com tratamentos combinados, incluindo o uso de anticorpos que eliminam as barreiras imunológicas.