as cores da Lua

1. A luz azul do céu diurno altera a cor da Lua recém-nascida, dando-lhe uma tonali- dade vermelha (12 de Março de 2017). 2. Ao atravessar densidades atmosféricas diferentes, a luz curva-se, alterando a aparên- cia da silhueta da Lua (15 de Fevereiro de 2014). 3. Durante um eclipse total da Lua, a luz vermelha curva incide na sua superfície (27 de Julho de 2018). Imagem de Marcella Giulia Pace (imagem composta a partir de 48 fotografias).

Quando a superfície empoeirada da Lua está iluminada pela luz do Sol, a cor real do satélite é branca cinzenta-acastanhada. Porém, a atmosfera da Terra modifica a visão que temos da Lua, alterando cores e formas.

 

A fotógrafa italiana Marcella Giulia Pace captou as variações lunares ao longo de dez anos e escolheu 48 imagens para comparar nesta montagem em espiral. As diferentes cores surgem quando a Lua é vista ou fotografada através das camadas estratificadas e irregulares de gás do manto atmosférico da Terra. Minúsculas moléculas de ar presentes nestas camadas espalham a luz que as atinge e a sua estrutura facilita a disseminação da luz azul. Quando Marcella fotografa a Lua através do ar mais denso, este fenómeno toma tons vermelhos ou laranja mais brilhantes. Outros materiais na atmosfera (gotas de água, poeira, fumo de fogos florestais) também influenciam o caminho da luz e afectam a tonalidade da Lua.

A forma aparente da Lua também se altera à medida que a luz que reflecte viaja através do ar estratificado. Como a atmosfera mais próxima da superfície da Terra é mais densa do que a das camadas superio- res, a linha que a luz reflectida percorre através das diferentes densidades curva-se. Como resultado, a fonte de luz surge como uma elipse achatada em vez de um disco lunar.